Cerca de 70% dos pacientes com aids, que recebem medicamentos pelo SUS,
apresentam cargas virais indetectáveis, ou seja, estão vivendo cada vez mais.
O
Ministério da Saúde, em parceria com estados, municípios e sociedade civil, irá
realizar uma mobilização nacional para testagem de sífilis, HIV e hepatites
virais (B e C). Durante 10 dias, todas as pessoas que desejarem saber sua
condição podem procurar as unidades da rede pública e os Centros de Testagem e
Aconselhamento – CTA, em todo o país. A estratégia faz parte das ações que
marcam o Dia Mundial de Luta contra a Aids, lembrado em 1º de dezembro, e que
foi apresentada nesta terça-feira (20) pelo ministro da Saúde Alexandre
Padilha.
Confira a apresentação Secretario de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
Confira a apresentação Secretario de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.
Confira apresentação do Diretor do Departamento de DST/Aids do Ministério da Saúde, Dirceu Greco .
Entre as ações, está o lançamento do novo boletim epidemiológico, que traz, como novidade, a inclusão de informações sobre monitoramento clínico dos pacientes, carga viral, contagem de CD4 (situação do sistema imunológico) e tratamento. A ampliação da testagem no pré-natal é um dos destaques. Estudo do Ministério da Saúde com parturientes indica que, em 2004, 63% das mulheres gestantes realizaram o teste. Entre 2010 e 2011, esse índice foi de 84%, um aumento de 21 pontos percentuais.
O
boletim mostra ainda queda de 12% no coeficiente de mortalidade padronizado
(número de óbitos para cada 100 mil habitantes utilizando-se uma população
padrão). A taxa de 6,3 óbitos por 100 mil habitantes em 2000 caiu para 5,6 em
2011.
Cerca
de 70% dos pacientes que vivem com aids no Brasil, e que estão em terapia
antirretroviral, apresentam cargas virais indetectáveis. Isso significa que as
pessoas que têm a infecção e recebem medicamentos pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) estão vivendo cada vez mais. "O Ministério da Saúde considerou como
prioridade trabalhar, não apenas o dia de combate à Aids, como também essa ação
de mobilização. A campanha serve para alertar sobre a importância do
diagnóstico precoce, com ampliação do acesso da população aos testes rápidos
nas unidades básicas de saúde”, frisou o ministro da Saúde Alexandre Padilha.
FIQUE
SABENDO - A
partir dessa quinta-feira até 1º de dezembro – as unidades da estratégia de
mobilização “Fique Sabendo” estarão em todas os estados do país, oferecendo a
testagem para HIV/aids, sífilis e hepatites Be C. Com apenas uma gota de
sangue colhida, o resultado do teste rápido sai em 30 minutos. A pessoa recebe
aconselhamento antes e depois do exame, e em caso positivo, é encaminhada para
o serviço especializado.
“O
diagnóstico precoce produz dois impactos positivos: o individual e o coletivo.
Primeiro, é importante que o paciente saiba que está infectado, isso
possibilita um tratamento eficaz e mais rápido, reduzindo os riscos e
melhorando a qualidade de vida. Segundo, reduz a carga viral negativa. Viver
com HIV não é simples, mas saber é muito melhor", afirmou o secretário de
Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.
TESTE RÁPIDO- Desde a sua implantação em 2005, foi registrado aumento de 340% no número de testes ofertados (de 528 mil, 2005, para 2,3 milhões, em 2011). De janeiro a setembro deste ano, já foram distribuídas 2,1 milhões de unidades do exame. A expectativa é fechar 2012 com a remessa de cerca de 2,9 milhões, apenas para detecção do HIV.
TESTE RÁPIDO- Desde a sua implantação em 2005, foi registrado aumento de 340% no número de testes ofertados (de 528 mil, 2005, para 2,3 milhões, em 2011). De janeiro a setembro deste ano, já foram distribuídas 2,1 milhões de unidades do exame. A expectativa é fechar 2012 com a remessa de cerca de 2,9 milhões, apenas para detecção do HIV.
Para
a Mobilização Nacional, o Ministério da Saúde enviou às capitais, 386.890
testes rápidos para HIV, 182.500 para sífilis, 93 mil para hepatite B e 93 mil
para a C. No total, foram 755.390 unidades de insumos, conforme a solicitação
de cada estado. Os testes rápidos para diagnóstico de HIV/aids, hepatites
virais e sífilis estão disponíveis, gratuitamente, em toda a Rede Pública de
Saúde.
“A
política de acesso aos testes tem mostrado estar no caminho certo. Segundo
Pesquisa de Comportamentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP),
a realização de testagem de HIV passou de 20%, em 1998, para quase 40% na
população adulta brasileira, em 2008”, observao diretor do Departamento de DST,
Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Dirceu Greco.
A
realização do teste é recomendada para toda a população, especialmente para
alguns grupos populacionais em situação de maior vulnerabilidade para a infecção
pelo HIV, como homens que fazem sexo com homens (HSH) (54%), mulheres
profissionais do sexo (65,1%) e usuários de drogas ilícitas (44,3%). Isso
porque a epidemia no Brasil é concentrada e o país focaliza, prioritariamente,
as ações de prevenção do governo federal nessas populações.
DADOS
EPIDEMIOLÓGICOS –
A taxa de incidência de aids no Brasil tem se mantido nos mesmos patamares, nos
anos recentes, embora apresente diferenças regionais. Esses e outros dados
epidemiológicos da aids serão destaques do Boletim Epidemiológico que será
lançado no dia 1 de dezembro, com números atualizados até junho de 2012.
Os dados apontam que a taxa de incidência da aids no Brasil, em 2011, foi de
20,2 por 100.000 habitantes. Nesse ano, foram registrados 38,8 mil casos novos
da doença. O maior volume de casos continua concentrado nos grandes centros
urbanos.
A
região Sudeste apresenta redução nas taxas de incidência de aids de 27,5 casos
(para cada 100 mil) - em 2002 - para 21,0 em 2011. Nas regiões Sul,
Norte e Nordeste, há leve tendência de aumento. O Centro-Oeste apresenta
comportamento similar ao Brasil, ou seja, a epidemia continua no mesmo patamar.
A
taxa de prevalência (percentual de pessoas infectadas pelo HIV), em 2010, foi
estimada em 0,42%. Em relação à mortalidade por aids, o país apresentou média
de 11.300 óbitos por ano na última década. O coeficiente de mortalidade
padronizado (número de óbitos para cada 100 mil habitantes utilizando-se uma
população padrão) vem apresentando queda. Enquanto em 2000, era de 6,3, em 2011
o número registrado foi 5,6, o que representa redução de 12%. O diagnóstico
precoce seguido do acesso, em tempo oportuno, à terapia antirretroviral explica
a queda de óbitos em decorrência da aids.
MONITORAMENTO
- O aumento do
diagnóstico tem se refletido no crescimento da proporção de indivíduos HIV
positivos que são identificados precocemente. Em 2006, 32% dos pacientes
chegavam ao serviço de saúde com contagem de CD4 superior a 500 células por
mm3, o que indica que o sistema imunológico do paciente ainda não está
comprometido. Em 2010, esse percentual subiu para 37%.
A
incorporação de novos medicamentos no tratamento contra a aids também tem
contribuído para diminuir as estatísticas de óbitos em consequência da
infecção. Em 2010, a etravirina passou a ser oferecida no SUS para pacientes
com resistência aos outros antirretrovirais. Já o tipranavir foi incluído no
rol de medicamentos disponíveis no país, desde o ano passado. É o primeiro
antirretroviral de resgate terapêutico que poderá ser utilizado por crianças de
2 a 6 anos de idade.
Em
outubro desse ano, o Ministério da Saúde assinou acordo com os laboratórios
Farmanguinhos, Fundação Ezequiel Dias e Laboratório Farmacêutico do Estado de
Pernambuco para a fabricação da dose fixa combinada (uma só pílula) dos
antirretrovirais tenofovir, lamivudina e efavirenz, o chamado tratamento 2.0. A
iniciativa vai facilitar a adesão do paciente ao tratamento da aids, seguindo
tendência mundial de simplificar os esquemas de terapia. A expectativa é que o
comprimido único já esteja disponível no SUS em 2013.
O
Ministério também está incorporando, como parte do arsenal terapêutico de
medicamentos de terceira linha (esquemas de resgate para pacientes que não
responderam satisfatoriamente aos de primeira e de segunda linha), o
maraviroque. O antirretroviral pertence a uma nova classe de medicamentos e,
inicialmente, irá beneficiar 300 pacientes no país, a partir de próximo ano.
Será o quinto antirretroviral de terceira linha disponibilizado pelo governo.
CAMPANHA
– O tema da
campanha pelo Dia Mundial de Luta contra a Aids deste ano irá destacar a
importância de se realizar o teste, tendo como porta-vozes pessoas que vivem
com HIV/aids. A estratégia prevê veiculação de mensagens de promoção ao
diagnóstico de HIV, com base nos direitos humanos e no combate ao estigma e
preconceito. A divulgação nacional será feita em TV, rádio, salas de cinema e
internet.
As
mensagens irão mostrar que o teste é um processo seguro, sigiloso e acessível
na rede pública. Os protagonistas da campanha, que vivem com HIV e descobriram
sua sorologia por meio do teste, irão incentivar a realização do exame. A
campanha terá a seguinte abordagem: “Eu vivo com HIV e sei disso. A diferença
entre nós é que você pode ter o vírus e não saber. Vá à unidade de saúde e faça
o teste de aids”.
Das
530 mil pessoas que vivem com HIV no Brasil atualmente, 135 mil desconhecem sua
situação e cerca de 30% dos pacientes ainda chegam ao serviço de saúde
tardiamente.
O
público alvo é a população em geral, especialmente a que vive em situação de
maior vulnerabilidade, como homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e
profissionais do sexo. A campanha também incentiva os profissionais de saúde a
recomendarem a testagem aos pacientes, independente de gênero, orientação
sexual, comportamento ou contextos de maior vulnerabilidade.
Assessoria de Imprensa - Ministério da Saúde
(61) 3315.3580/7610
Assessoria de Imprensa - Ministério da Saúde
(61) 3315.3580/7610
Nenhum comentário:
Postar um comentário